quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Fotos da peça Limbo - por Victor Ribeiro








LIMBO é uma das apostas segundo a jornalista Helena Carnieri do jornal Gazeta do Povo! Confere lá!

http://www.gazetadopovo.com.br/caderno-g/teatro/fringe-apresenta-312-pecas-varias-delas-em-mostras-especiais-dfvm2tlxbc7hpljrjz7pg6nb2


Algumas palavras sobre a peça LIMBO

Limbo trata da indeterminação causada pelo desconhecido e pelo choque do mesmo com o mundo externo. De que maneira este sentimento de indeterminação pode organizar nossa consciência de mundo e a nossa consciência-de-si – ou seja, nossa relação de reconhecimento com o Outro? É através da via cega das coincidências e desencontros que a peça procura se desenrolar.

Partindo da suposição de que uma doença grave, crônica, como o câncer, nos retira, aos poucos, a capacidade de ter expectativas em relação ao externo, alienando o sujeito na aparente falta de sentido apreendida pelas coisas ao redor, Limbo traça uma relação com o limbo bíblico, onde são mandadas as crianças que não foram batizadas.“Por desfrutarem apenas do conhecimento natural e não do sobrenatural, que deriva do batismo, a falta do bem supremo não lhes causa o menor pesar” (AGAMBEM, Giorgio, Profanações, p. 42) Ou seja, alí, tais crianças devem pagar o “preço” divino, mas, elas mesmas, não poderão saber de tal intento. É desta forma que a peça mostra “às escondidas” a batalha de um homem doente que nunca se mostra, mas que é mostrado a todo momento para o público. Apenas um nome - Guilherme - parece conter uma infinidade de pessoas anônimas. É, por tanto, sobre a trajetória de um significante vazio que trata a peça.
Terceiro espetáculo de Alexandre França na cidade de São Paulo (os dois últimos foram Mínimo Contato e Billie que tiveram uma boa repercussão da crítica e do público paulista), Limbo traz novos parceiros à Cia como os atores Bruno Ribeiro (Club Noir), Amanda Mantovani (CPT) e o artista plástico Hélio Moreira Filho.

Limbo tem sua estreia marcada no Fringe do Festival de Curitiba - marca a fundação do Coletivo de Heterônimos.