quinta-feira, 23 de junho de 2016

Sobre o espetáculo LIMBO - estreia amanhã (dia 24), às 21 e 30hs, no Sesc Ipiranga



Os últimos segundos de um sujeito podem conter um tempo imensurável. Pois nesse território, próximo a um limbo, as significações se esvaem com a proximidade da morte. O tempo perde seu encadeamento natural, englobando em sua passagem os fragmentos de diferentes pontos da memória. Guilherme, o significante sem rosto com o qual os atores aqui brincam de adoentar - nesta contagem regressiva de 45 minutos - é também o anônimo fora do nosso alcance (mas não fora do nosso mundo). Seu câncer, despossuído de graça dramática, é o percurso para o playground de uma infância imemorial. Ali onde nós, adultos, podemos vislumbrar a linguagem em seu estado de nudez. Onde o incurável torna-se, enfim, um disparador para desconhecidas expressões do humano.


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